sábado, setembro 29, 2007

Funerais

Tive de ir ao funeral do irmão de um amigo meu. Enquanto esperava pela cerimónia, católica, fui observando as movimentações das pessoas. De repente vi que os homens da agência funerária se encaminhavam para o local onde estava a urna. Um deles, o mais velho, vinha a falar sobre um familiar que "levava a vida com uma perna às costas". Aquele funcionário lamentava que a sua profissão desse tão pouco dinheiro e dizia mesmo que invejava o seu familiar que "nada fazia e tudo ganhava".
Fiquei a pensar: A quantos funerais este homem já deverá ter assistido... apesar disso ainda não se convenceu que o seu dia também deverá chegar.
Como é que alguém pode lidar diáriamente com a morte e, apesar disso, agir como se a ela estivesse imune?
Ver, diáriamente, o quão curta é a vida e, apesar disso, agir como se essa verdade apenas se aplicasse a outros é de pasmar...

2 comentários:

Vilma disse...

Já diz a palavra em Eclesiastes, que mais vale ir a um funeral, que a um casamento.
Mesmo assim, há quem permaneça ainda com o coração empedernido.

José Carlos disse...

Pensa-se, quase sempre, que só os outros é que morrem.
Obrigado, vilma, pela visita e pelo comentário.