segunda-feira, maio 23, 2005

Diz o rôto para o esfarrapado...

Todos, de alguma forma, estamos sempre prontos para apontar os defeitos dos outros. Os nossos defeitos não conseguimos ver, ou fazemos que não vemos.
Quando os outros falham, para connosco, temos grande dificuldade em desculpar a falha. Esquecemos-nos que, mais cedo ou mais tarde, também falharemos.
Vem isto a propósito da história, verídica, relatada no Evangelho de S. João. Conta-nos o evangelista que uns homens, israelitas, trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério. A lei de Moisés dizia que os adúlteros (plural) deveriam ser apedrejados até à morte. Ora aquela mulher não tinha adulterado sozinha. Onde estava o homem? Para aqueles acusadores a mulher era a única culpada.
Lembrando a Jesus o que dizia a lei, aqueles homens interrogam-no sobre o que é que devem fazer. A intenção era apanhar Jesus numa armadilha: se Ele dissesse "matem-na, pois" eles iriam dizer: "Afinal onde está o amor e compaixão que apregoas?". Se por outro lado Jesus dissesse: "deixem-na ir em paz" eles iriam dizer. "tú desprezas a Lei de Deus".
Achavam, portanto, que Jesus estava apanhado, de qualquer maneira.
Jesus, no entanto, abaixando-se escrevia na terra sem nada dizer. Perante aquele silêncio os israelitas perguntaram: "então, não dizes nada?" Jesus, levantando-se, disse: Aquele que estiver sem um único pecado seja o promeiro a atirar-lhe uma pedra".
Perante isto, a começar pelos mais velhos, todos foram saindo até que só ficou Jesus e a mulher.
Então Jesus disse-lhe: "Mulher, onde estão os teus acusadores? ninguém te condenou?; e a mulher respondeu: "ninguém Senhor". Perante isto diz o Mestre: "Nem eu também te condeno. Vai em paz e não voltes a pecar.
Jesus, que nunca pecou, era o único que podia atirar pedras àquela mulher, mas optou pelo perdão. E nós que todos temos telhados de vidro, vamos atirar pedras a que propósito?

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