quarta-feira, abril 25, 2012

Decréscimo nas fileiras católicas



Tenho ouvido, com atenção, as várias explicações sobre o facto de que a Igreja Católica Romana registou um decréscimo de 7% no número dos seus fieis. A melhor (pelo ridículo que espelhou) foi a de um prelado que disse que certamente a sua igreja perdeu em quantidade mas ganhou em qualidade, como se a primeira fosse necessariamente inimiga da segunda.

Mas também tenho ouvido alguns não católicos “a embandeirar em arco” esquecendo que nem sempre o decréscimo nas fileiras católicas significa obrigatoriamente um acréscimo nas fileiras dos grupos protestantes. Se formos realistas concluiremos que todos os grupos, ditos religiosos, sofrem com a sempre presente secularização que, regra geral, se manifesta em profunda apatia em relação aos valores espirituais.

Como evangélicos, e embora tendo a noção de que a instituição Igreja Católica Romana segue muito mais afoitamente as orientações do Vaticano em detrimento das Escrituras, não devemos “embarcar” alegremente na ideia de que o mais importante é termos multidões nos nossos cultos, sobretudo se a maior parte dos integrantes dessas multidões não tiver noção de quem está na origem daquele ajuntamento. Se outras coisas (ou pessoas) que não Jesus Cristo nos atrair às reuniões, então ao ajuntamento pode chamar-se tudo menos CULTO ou então o culto pode ser a tudo e todos menos a Deus.

A ideia de “ir à missa por desobriga”, tão normal entre católicos, não deixa de se verificar também entre grupos protestantes. A ideia trágica e desmotivantes de estar ali sem saber por quê ou para quê nota-se tantas vezes nos rostos de muitos dos integrantes das tais multidões. Depois é vê-los cá fora, perfeitamente confundíveis com aqueles que nunca nasceram de novo, porque se calhar essa é a realidade espiritual deles também.

Ninguém me desentenda. Eu não olho com desagrado para a quantidade o que não pretendo é que a quantidade me deslumbre a ponto de ignorar o que é fundamental. Não queremos manter nas nossas fileiras apenas “religiosos”; pessoas que passam a vida sem entender que a mensagem do Evangelho, uma vez aceite, as salva para que elas sejam verdadeiramente discípulos que, quando reunidos em igreja, Adoram e louvam, aprendem e ensinam, edificam e são edificados, e quando entre os não salvos são sal da terra e luz do mundo. Com tais pessoas, e apenas com essas, não me importo nada que as nossas fileiras cresçam.

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