Lembro-me de, algures na Foz do Douro, ter presenciado um senhor de bastante idade, que já tinha perdido a esposa e que sempre se dedicou a cuidar de vários pássaros que tinha num grande espaço fechado, começar a despedir-se das aves distribuindo-as por amigos. Ofereceu-me algumas a mim mas eu não tinha, na altura, onde as colocar. Com lágrimas nos olhos ela falava com as aves que ia entregando dizendo-lhes: “Já não posso cuidar de vós e um destes dias deixarei de estar aqui…” Há dias, contou-me a minha mulher, uma vizinha (já com alguma idade e bastante doente) que praticamente já mora com a filha, veio à sua antiga casa e começou a distribuir os seus vasos pela vizinhança, certamente a pensar da mesmo forma que o velhinho pensava sobre as aves.
Quando sentimos que esta vida se esvai e nos começamos a desfazer daquilo a que, nesta vida, dávamos importância convém também ter presente que a vida, depois da morte, continua.
Deixamos aqui estes “tesouros” mas será que nos preocupamos em ajuntar tesouros no Céu, conforme o conselho de Jesus? Mais importante ainda, será que já asseguramos que é no Céu que vamos passar a eternidade?
Convém lembrar que para a eternidade apenas levaremos o que no Céu tivermos ajuntado.
terça-feira, julho 05, 2011
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