quinta-feira, março 02, 2006

Chocante...

A morte do transexual, de nome Gisberto, às mãos de adolescentes, num prédio abandonado do Porto, impressionou-me muito.
A notícia, dada de forma nua e crua, revelou vários promenores e deixou que outros fossem "adivinhados" por quem a ouviu.
Aos microfones da rádio onde trabalho estava a falar do horror envolvido naquela tragédia, e o telefone começou a tocar. Ao atender verifiquei que quem ligou era alguém que tinha conhecido, de perto, o Gisberto. Deu-me, por isso, outros pormenores que desconhecia.
O rapaz, brasileiro, chegou a Portugal há alguns anos atrás, munido de uma grande mala com "vestidos lindíssimos".
No mundo do transformismo fez furor, alegrando quem frequentava casas de diversão noturna, onde o espectáculo transformista marca habitualmente presença.
Trabalho não lhe faltava até porque, dizia-me o meu informador, "ele era muito bonito, tinha um corpo escultural(a única operação que fez foi aos seios) e cara de uma bela mulher".
O problema é que, o rítmo de trabalho agregado às más companhias, fez com que o problema "droga" aparecesse e iniciasse, no Gisberto, um processo de destruição.
De repente, tudo o que ganhava era para custear o "vício". Vivia num apartamento que, por falta de pagamento do aluguer, teve de abandonar. Foi viver para uma pensão mas, também aí, o dinheiro não chegava para pagar a despesa de alojamento.
Restava-lhe a rua e a associação "Coração da Cidade", que lhe fornecia as refeições. Cada vez mais doente e debilitado, mendigava nas ruas para conseguir o dinheiro que lhe sustentasse o "vício".
O resto da história já todos conhecem.

A tragédia de quem vive sem Deus e sem esperança...

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