segunda-feira, dezembro 22, 2003

Nós somos mesmo assim

Apesar da época que atravessamos (diz-se que os humanos na quadra natalícia são mais afáveis, educados, compreensíveis, amorosos, perdoadores, etc.), a verdade é que os portistas desejaram que Sporting e Benfica "escorregassem" nos jogos que tiveram este fim de semana e hoje benfiquistas e sportinguistas esperam o mesmo do F.C. do Porto.
Nós somos mesmo assim. Nem a quadra nos ajuda porque dificilmente o denominado "espírito natalício" consegue que se ultrapasse a rivalidade clubística.
Mas não é grave se essa rivalidade se mantiver dentro dos parâmetros normais da civilidade, o que nem sempre acontece.
O pior é quando essa tendência se manifesta em situações onde a civilidade deveria destacar-se ainda mais.
Assistí recentemente a uma distribuição de alguns cabazes de Natal a famílias carenciadas. As coisas não estavam bem organizadas e veio imediatamente ao de cima aquilo que todos somos em maré de aflição. Rapidamente se gerou tamanha confusão, em que nem velhos, crianças e deficientes foram poupados aos encontrões e outras formas de espezinhamento.
Nós somos mesmo assim. O que manifestamos no exterior é o que possuímos no interior. Pouco importa se somos mais ou menos letrados; a má criação pode ser mais ou menos polida, mas será sempre isso - má criação.

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